No ano de 1890, a "Companhia Colonizadora Paulista" cedeu terras em torno do Rio Jacu para a formação de um povoado. Neste local, em 1900, nasceu Antonio Marcelino, o "Menino da Tábua", filho de lavradores que participaram do desbravamento local. Em 1907, o então povoado virou Cândido Mota e, por tal motivo, a cidade é colocada como local de nascimento do menino. Mas, Antonio Marcelino viveu a maior parte de sua vida na cidade de Maracaí, também localizada na micro região de Assis, interior de São Paulo. O menino nasceu com uma estranha doença onde apenas a cabeça crescia e o corpo não se desenvolvia. Até a sua morte, aos 45 anos, o "Menino da Tábua" tinha a aparência de uma criança de três ou menos anos. Tal deficiência fez com que seus pais evitassem tira-lo de casa devido a curiosidade do povo. Em virtude disso, pouco viu a luz do sol na maior parte da sua vida. Ativo e de comportamento estranho, o "Menino da Tábua" nunca aceitou dormir no berço, cama ou sofá. Chorava muito quando colocado sobre locais confortáveis. Se apegou a uma velha tábua de lavar roupas, surrada e sem qualquer conforto. Era apenas sobre a tábua que se acalmava e dormia. Ainda, segundo relatado na história contada em Maracaí, o "Menino da Tábua" se alimentava apenas de água, pão e leite. Não gostava de roupas ou cobertas e por isso viveu toda a sua vida nú, não importando se estivesse calor, frio ou chovendo. Em pouco tempo a história do "Menino da Tábua" começou a se espalhar e muitos começaram a visitá-lo ainda em vida, em busca de milagres. Segundo relatos, quando o devoto o procurava por uma graça, a mesma seria alcançada caso o menino sorrisse. Ao contrário, se fosse percebida certa revolta em seu comportamento ou fizesse "cara feia", a graça não seria alcançada e era ainda o prenúncio de morte certa. Portanto, as pessoas tinham receio em visitá-lo. Assim é a história contada por aqueles que o conheceram.
Antonio Marcelino, o "Menino da Tábua" faleceu no dia 31 de Agosto de 1945, e foi enterrado no cemitério local, junto com sua tábua. Ao menino devem-se grandes curas. No cemitério de Maracaí, a "Sala dos Milagres" é repleta de lembranças por graças alcançadas. A fama de curandeiro e milagreiro extrapolou as fronteiras da pequena Maracaí. Pessoas de toda a parte do Brasil vão visitar seu túmulo para pedir uma cura ou milagre. São centenas de relatos e agradecimentos ao "Menino da Tábua" Seu túmulo foi coberto e virou uma capela. Ao lado foi construída a "Sala dos Milagres" e, em frente, um grande barracão onde são celebrados terços e missas. Hoje, Antonio Marcelino, o "Menino da Tábua" é cultuado pelos católicos como um santo popular, isto é, sem o reconhecimento oficial da Igreja Católica. (TC)
