ARQUIVO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Brandina, a "madrinha" rio-pretense do "rei"

Por Toninho Cury

Na foto ao lado, Dna. Brandina durante o lançamento do livro "Histórias da Jovem Guarda", de Antonio Aguilar, na Livraria Espaço, em Rio Preto. Abril de 2006. (Foto: Toninho Cury)


Poucos da atual geração artística, sequer ouviram falar em Dna. Brandina.

Figura importante no meio radialístico de toda a região de Rio Preto, Brandina Almeida da Silva, desempenhou as funções de disc jockey, radialista e divulgadora de gravadoras.

Nos anos 60 e 70, trabalhou nas rádios Cultura e Independência, de Rio Preto. Na época, o rádio era o meio de comunicação de maior penetração entre a população, já que a televisão somente se popularizou em meados dos anos 60.

Um dos líderes de audiência na época, era o programa de César Muanis, considerado o “rei do rádio”. Lá, sempre ao lado de César, estava Brandina selecionando as músicas que iriam ser tocadas.

Dna. Brandina era referência em Rio Preto para a divulgação do trabalho de muitos cantores e conjuntos musicais de todo o país. Como disc jockey e divulgadora,  era ela quem escolhia as músicas para a programação das rádios. Por tal motivo ela recebia direto das mãos dos artistas, seus LPs e Compactos para divulgação.

Hoje, aos 87 anos de idade, Brandina relembra a primeira vez que o rei Roberto Carlos veio à cidade. Com os olhos lacrimejados, ela repete com muito carinho o que ele lhe disse: “Estou aqui lhe entregando o mais novo compacto para divulgar nas rádios de Rio Preto”. Era o início da “Jovem Guarda”.

Outros personagens da MPB que visitaram Brandina, foram: “Os Incríveis”, Paulo Sérgio, Agnaldo Timóteo, Jorge Ben, Erasmo Carlos, Wanderléa, Nelson Ned, Silvinha, Eduardo Araújo e muitos outros.

Brandina só deixou a Rádio Cultura quando foi vendida à Rede Piratininga de Rádio, na época dirigida por empresários americanos, que proibiam a voz feminina em suas locuções. Brandina não se contentou em ser apenas disc jockey, pediu as contas e foi trabalhar mais oito anos na Rádio Independência onde podia desempenhar suas funções e dar seus recados no ar.

Assim é Dna. Brandina Almeida da Silva, uma rio-pretense de ouro da época de ouro de nosso rádio.