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O “Guapuruvu” da rua Coronel

Publicado segunda-feira, 3 de agosto de 2015

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Posto hoje, a foto que fiz nesse sábado, 1º de Agosto. É o por do sol, visto através do “Gapuruvu” centenário de Rio Preto, SP, que quase foi arrancado para dar espaço a um moderno conjunto de edifícios.

Após muita batalha, ele permaneceu de pé. Houve um acordo judicial e a árvore passou a fazer parte do projeto.

Nos últimos anos no local, funcionou a “Oficina Cultural Fred Navarro”. Mas antes, foi uma chácara histórica. Confira no texto abaixo:

A casa e as benfeitorias, foram construídas pela família Scaff, nos anos 50, dentro de uma grande gleba de terras. Vendida posteriormente ao político e intelectual rio-pretense Maurício Goulart, que, durante três décadas, recebeu naquela propriedade, políticos importantes e muita gente ligada ao jornalismo, a arte e ao direito. Lá, foram assinados inúmeros documentos de suma importância para o desenvolvimento da cidade.

Maurício Goulart foi também, um notável escritor. No ano de 1965, ganhou o cobiçado “Prêmio Jabuti”, com sua literatura infantil intitulada “Joana”.

Maurício fez grandes empreendimentos na cidade e região. Cito duas: a fundação da cidade de Fronteira, MG e a criação da “Rádio Independência AM”. Nesta última, convidou como sócio articulista, o jornalista Júlio Cosi de São Paulo. Cosi foi fundador da “Rádio Panamericana”, hoje, “Jovem Pan”. Fez histórias e “revolucionou” o rádio rio-pretense. Em consequência disso, Rio Preto tornou celeiro de grandes repórteres.

Conheci pessoalmente Maurício Goulart, Júlio Cosi e também sua esposa, dona Elisa Cosi, uma mulher culta. Ambos frequentavam a residência de meu tio, o jurista, jornalista e poeta, Gabriel Cesário Cury.

Quando criança, conheci o sr. Fuad Scaff, um dos filhos do antigo dono da chácara. Ele frequentava o escritório de meu pai. O apelido do Fuad, era “príncipe”. Foi nascido e criado em “berço de ouro”. Tinha uma educação ímpar. Ficou pobre. Gastou tudo em mesas de jogos de baralho. Era solteiro e levava uma vida boêmia. Morreu no início dos anos 80, dormindo no “Términus Hotel”, sua última moradia. Na época, o colunista social Nenê Homsi, através do jornal “Diário da Região”, “rasgou um título” assim: “Morreu o príncipe Fuad Scaff”. Me lembro claramente, do final do texto: “... Fuad morreu como um príncipe: dormindo”.

Provavelmente foram os pais do Fuad que plantaram a imponente árvore.

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