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SWIFT : “Centro de Lazer, Cultura & Eterna reforma”

Publicado segunda-feira, 23 de maio de 2011

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Lembro-me da Swift desde criança.

Essas lembranças se devem ao ramo comercial de nossa família, na época, a cotonicultura.

As visitas à gigante Swift, de  7.000 m² de área construída, eram freqüentes, muitas vezes diárias.

Criança, com poucas preocupações e interesses, gostava muito de brincar nos enormes escorregadores feitos de tábuas, que serviam para transportar do andar de cima para o de  baixo, os fardos usinados de algodão.

Poucos sabem, mas além de beneficiar caroço de algodão para o fabrico do óleo “A Patroa”,  e o amendoim para o óleo “A Dona”, a Swift produzia, por ano, milhares de fardos de algodão, que pesavam entre 180 e 300 quilos cada.

O caroço, um “subproduto” do algodão, virava óleo de cozinha.

Hoje, na região, as usinas de algodão vendem seus caroços com o nome de  “torta de algodão” para alimentar o gado em estação de seca.

Na Swift, inaugurada em 1944, havia uma tecnologia enorme para época.

Vejam só: Tinha estirantes de aço especial, importados da Inglaterra, que serviam como sensores termostáticos, para acusar possíveis focos de incêndios. Todos interligados em uma central que, através de relógios tipo VUs, localizavam em tempo real o local do  fogo soando um  alarme estridente através de uma enorme campainha de bronze. Os estirantes eram avistados em toda parte do telhado.

Ao lado da central do alarme, havia capas importadas, todas metalizadas para serem usadas, em caso de incêndio, por bombeiros treinados pela própria usina.

A empresa era dotada de interfones internos. Todos de madeira e movidos a manivela.

A caldeira era alimentada através da água da represa. Às suas margens, havia uma casinha com uma bomba hidráulica que bombeava água até a caldeira. O cano era de latão e atravessava onde hoje é o teatro e a rua, mais ou menos, uns 300 metros. Na época, não havia rua. Era tudo mato.

O madeiramento de seu teto, hoje é muito apreciado por engenheiros e arquitetos. Uma verdadeira obra de arte.

A última empresa que utilizou a Swift, foi a firma “Nargel”, de Penápolis, SP. Até meados dos anos 80, funcionou como depósito graneleiro. De lá, saíram toneladas e toneladas de soja, milho e amendoim para todo País.

Na primeira gestão do prefeito Manoel Antunes, 1983/1988, a Swift foi desapropriada e passou a fazer parte do patrimônio do rio-pretense.

De lá para cá, foram só reformas e reformas. Uma coisa sem fim.

Já se vão quase 30 anos e as reformas não são concluídas, atravessando gerações.

 

Toninho Cury

 

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